Finalmente paz!

by - 10:45:00

Acabo sempre por cá voltar. Vou e volto mil vezes mas nunca me consigo afastar totalmente daqui. Acho que isso espelha a minha vida em geral. Ter escolhido durante todos estes anos momentos que me fizessem ir embora e voltar fez com que eu fosse assim com tudo. Mas sabem uma coisa, tenho a certeza que quer escolha ir ou ficar é definito. Sei isso pois este ano que passou conseguiu ensinar-me muito e me fez ver aquilo que eu devo ou não ter do meu lado. Foi ter magoado um coração inocente que me fez sentar-me ao espelho e perguntar-me se era aquela a imagem que eu queria ser para mim mesma o resto da vida. Foi aquele momento que parti um coração que não merecia de forma alguma, que refiz tudo. Reanalisei os momentos. Ponderei escolhas. Fiz retrospetiva a tudo aquilo que eu permitia ter comigo. E foi o que precisei. Tenho quem diga que foi tarde, que deixei escurecer tanto a alma que não vou conseguir fugir totalmente. Mas também tenho quem me aplauda e diga que estou outra. E a verdade é que ambos tem razão. A minha alma escureceu mas abraço isso da melhor forma de todas pois sei que não teria tanto a certeza daquilo que quero daqui para a frente se não fosse a parte negra que me envolve. Sou mais prática e mais lógica. Sou factual porque esta escuridão deixou-me pragmática. E isso em nada é mau. E a verdade é que também estou outra. Eu passei tantos anos da minha vida a ressentir-me de palavras, a guardar sentimentos ou meias histórias que nunca percebi que o que precisava era de desabafar tudo. Deixar a vida levar as palavras. E assim que me livrei disso livrei-me do mundo às minhas costas e senti-me pela primeira vez em tanto tempo tão bem comigo mesma. Ainda bem que foi agora, eu não estava preparada para ser mais cedo. E pela primeira vez em anos dá-me gosto voltar aqui para escrever sem o peso nas costas, escrever de alegria, de bons sentimentos. O ano de 2021 trouxe-me o embalo que mais precisava, trouxe-me a força de vontade e o desapego. Sei e sinto que já não é o mesmo, que aquele amor primário, tóxico e enorme já cá não está. Pelo menos dessa . Tenho consciência que vai ser sempre uma parte da minha história, que vai haver sempre carinho mas não é amor. Já não é amor e isso alivia-me de uma forma maravilhosa. Vou querer proteger a vida toda mas não faço intenção de manter na minha vida. E já não dói dizê-lo. Foi preciso me livrar de uma centena de textos, para a vida me correr bem. Foi preciso isso para ser feliz. E finalmente está tudo bem! Daqui para a frente não vão ser as mesmas palavras, mas vou ser só eu sem peso nas costas e isso é melhor que a lotaria.

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